16.2.07

uma temporada no freezer

Aqui tá frio, mas nem me queixo - por enquanto... tenho um robe quentinho, uma garota versada em alcova e restam duas garrafas de um merlot sul-americano, Sampaio tem cantado pouco e nem abro meu Carlinhos Oliveira mais... O desejo, essa coisinha absurda, terrível... Eu disse que detestava crianças, fingi... depois disse que a gente mete amor onde não devia meter, ou seja, a gente deveria amar a boceta que fode? O pé-na-bunda avizinha-se, posso senti-lo, mas só escrevo depois do golpe (a gente mete amor onde não devia, recorrente isso...). Agora ao assunto, vou ser direto. O que quero neste parágrafo é um relaxamento de prazo, aquele mesmo que pedi em dezembro... um tempinho para ver se vale a pena permutar vida e arte e retornar ao ofício ingrato de juntar as letrinhas despedaçando meu eu escorado... É, é isso mesmo. Quando sentir - de novo - o paladar de abismo invadindo a língua, rasgando o tecido e passeando nas artérias eu volto, retorno às minhas palavrinhas sobre a vertigem bem comportada nessa ilha do cão... não demora não, eu me conheço. Se você veio aqui e não encontrou nada novo, sugiro uma visita aos blogs aí do lado, tem hora que só acho alento nos clássicos ou neles... bem, o alento, essa aspirina espiritual... agora uma última coisa, a título de esclarecimento, quiçá resposta à pergunta fundamental: droga, eu sonhei com uma vida menos sórdida, mas não tanto assim...