24.6.07

Sábado e feriado ao mesmo tempo...


Sábado e feriado ao mesmo tempo, Tiradentes mais sem graça. Acordei quase às duas da tarde e nem saí ontem, fiquei em casa vendo
Como água para chocolate na cama sozinho (coisa de veado, tenho que admitir), depois li umas páginas do Tristessa de Kerouac e, putamerda, quando o cara mistura estrada com budismo de bebum só vômito mesmo, um pé-no-saco. Fui dormir quase às três da madrugada. Quando levantei, preparei um café forte, cozinhei macarrão penne al dente e fiz um molho misturando manteiga, alho, creme de leite e queijo prato. Abri uma garrafa de vinho e fiquei ali comendo, achando aquilo o máximo e nenhuma fêmea para me dizer isso.

Recebi uma ligação no celular, era Hibari. Dizia que o famigerado (palavras minhas) congresso feminista tinha sido "o máximo", que a mulherada preparava-se para "avançar em um estágio espiritual superior", que estava muito feliz com isso, que tinha conhecido uma terapeuta reichiniana que era "o máximo também" e que ia ficar na casa dela uns dias. Eu fiz macarrão, amor. Ela nem ligou, continuou na da seguidora do Wilhelm. Depois disse que ia desligar e desligou falando em talvez ficar um tempo ainda maior por lá, "muito trabalho a ser feito".

Se fosse um ano antes isso seria meu sonho. Adoraria que ela fosse pra um congresso destes e não voltasse, mas agora, depois de um longo processo em que ela quebrou as barreiras de meus preconceitos, que violou cada muralha de minha solidão voluntária, agora ela ia me deixar sozinho esse tempo todo?

O macarrão ficou meio sem graça, o vinho virou vinagre e resolvi sair de moto para arejar meus preconceitos. Essas feministas espiritualizadas são um câncer a ser expurgado da sociedade, são piores que as feministas petistas ou as feministas machinhos, pois seu poder reside na sutiliza, elas chegam como quem não quer nada, ouvem a gente, concordam cinicamente com o que dizemos, mas na verdade preparam anotações mentalmente, nos medem, testam nossos reflexos, dissecam nossos nervos, pontos de vista, depois processam um plano sórdido para entrar em nossas fortalezas e invadem rápido, as malditas, espalham fontes de água e jardins japoneses nas nossas praças vencidas, as janelas de nosso ser são enfeitadas com jardineiras de gerânios, espalham pelas mesas de canto vasos de gérberas... um nojo, um saco. Quando certificadas da vitórias elas nos ameaçam, tacitamente, de dar no pé, as plantas ficam meio murchas, tristes, as carpas emagrecem a olhos vistos, umas bárbaras, isso é que elas são, umas bárbaras...

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Quando irá publicar "HH uma novelinha escorada"?! Quero ler na íntegra!

Abraço!

5:29 PM  
Blogger Duda Bandit said...

tou precisando de harmonizar a novelinha ainda, Brunella. mas quando estiver pronta mando uma cópia para o editor e outra para vc. beijos e valeu a força.

5:43 PM  
Blogger Tainá Ribeiro said...

Área de fumantes eu sei que tem, mas é permitido gozar neste local?

11:37 AM  
Blogger Hanne Mendes said...

Muito bom.
Cobro-lhe o texto na íntegra.
Grande abraço.

9:18 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ei... passei prá dizer que te amo e tô com saudade.

Bj!

9:46 PM  

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